sexta-feira, 15 de agosto de 2008

INÍCIO DA FOTOGRAFIA NO BRASIL

Em época de comemoração do dia da Fotografia, 19 de agosto, nada como conhecer um pouco mais sobre a sua trajetória no Brasil.
Em 1839, o Diário do Commercio, do Rio de Janeiro, noticia a "meteórica" invenção do DAGUERREÓTIPO (imagens obtidas com um aparelho capaz de as fixar em placas de cobre cobertas com sais de prata), primeiro aparelho a fixar a imagem fotográfica, também o primeiro processo fotográfico reconhecido mundialmente, criado pelo francês LOUIS-JACQUES MANDÉ DAGUERRE (1787-1851). No ano seguinte são feitas as primeiras fotos...
A fotografia chegou no Brasil no dia 16/01/1840, pelas mãos do abade LOUIS COMPTE, capelão de um navio-escola francês (corveta franco-belga L’Orientale) que aportou de passagem pelo Rio de Janeiro.
Ele trouxe a novidade de Paris para a cidade, introduzindo a DAGUERREOTIPIA no país. Realizou 3 demonstrações do funcionamento do processo e apresentou o daguerreótipo ao imperador D. Pedro II. Foi a primeira demonstração no Brasil e na América Latina!
Deve-se imaginar quanto seria enriquecedor se pudéssemos conhecer o que teriam dito nos poucos corredores solenes da capital do Império, os que viram as primeiras exposições de 17/01/1840, no Hotel Pharoux, no Largo do Paço, quando se depararam com o requinte daquela modernidade: a fotografia.
Abaixo (lado esquerdo), cartão-postal da primeira metade do século XX, sobre o Jornal do Commercio. Lado direito: foto de Louis Compte, Rio de Janeiro (1840) — 1º DAGUERREÓTIPO tirado na América do Sul.
"É preciso ter visto a cousa com os seus próprios olhos para se fazer idéia da rapidez e do resultado da operação. Em menos de 9 minutos, o chafariz do Largo do Paço, a Praça do Peixe e todos os objetos circunstantes se achavam reproduzidos com tal fidelidade, precisão e minuciosidade, que bem se via que a cousa tinha sido feita pela mão da natureza, e quase sem a intervenção do artista" (trecho do Jornal do Commercio, de 17/01/1840).
(La grand association avec l’histoire de Paris?Tríptico da Cathédrale Nôtre-Dame – Ile de la Cité, Paris, 2000) O cronista do Jornal Diário registrou a facilidade com que era possível obter "a representação dos objetos de que se deseja conservar a imagem...", e seguiu narrando as proezas do vistoso instrumento que em poucos nove minutos registrara o chafariz do Largo do Paço, a praça do Peixe, o mosteiro de São Bento, "... e todos os outros objetos circunstantes se acharam reproduzidos com tal fidelidade, precisão e minuciosidade, que bem se via que a cousa tinha sido feita pela própria mão da natureza, e quase sem intervenção do artista."
Rio de Janeiro (1840). Autor desconhecido
Fotografia ilustrativa: Gutemberg Ostemberg
Pesquisa : Fernando Barbosa e Silva
Espaço Cultural Casa do Fernando
Fonte: http://fernandobarbosaesilva.arteblog.com.br/r383/PeLoS-CaMiNhOs-DoS-CoNcUrSoS-FoToGrAfIcOs/
Por vezes, pego-me num deslumbramento por imagens antigas, obtidas sem o aparato técnico do qual dispomos atualmente. Tento viajar no tempo, ainda que em pensamento, lendo um pouco mais e vendo imagens de outrora, para vislumbrar um pouco da magia da FOTOGRAFIA. Certamente, o início de tudo deve ter sido muito emocionante. Sejamos honestos: até hoje o registro de uma imagem nos toca.
Parabéns a todos os Fotógrafos pelo Dia da Fotografia!